sexta-feira, 10 de agosto de 2012
"Se a nossa existência não tem por fim imediato a dor, pode dizer-se que não tem razão alguma de ser no mundo. Porque é absurdo admitir que a dor sem fim, que nasce da miséria inerente à vida e enche o mundo, seja apenas um acidente, e não o próprio fim. Cada desgraça particular parece, é certo, uma exceção, mas a desgraça geral é regra."
Dores do Mundo
Schopenhauer

12 comentários:

Sandman disse...

Vamos contradizer Schopenhauer hauuahuha. O "Mundo" é perfeito por si só, o que não deixa ele incapaz de mudanças. Quero dizer, o que chamamos de mundo atual já mudou para uns, e para outros ainda não. Para outros ele já foi, para outros ainda vai ser. O importante é a conceitualização de perfeito. A perfeição não necessita ser algo bom, e a imperfeição não é algo ruim. Perfeição significa ele ser "ele", e a imperfeição é ele não ser mais "ele", ou simplesmente ainda não ser. Então, a perfeição dele depende da imagem do mundo criada por cada um, o que impede de definir o 'mundo' como uma constante.

Neo disse...

Caro Sandman.
A partir do momento que se encara o estado atual do ser (no caso o ente em referência sendo o mundo) como ele mesmo, chegaremos a 2 conclusões: Ou nada é perfeito, devido a transformação de tudo; ou tudo é perfeito pois tudo é si próprio e a transformação no vir-a-ser o transforma em outro perfeito, no caso só poderíamos afirmar o tudo no tempo presente.
Porem nenhuma dessas opções alcança nossa definição de perfeito, correto? Não como sendo algo bom, nem como algo ruim, perfeito é aquilo que é como deveria ser, ou seja, é aquilo como deveria ser interpretado por um determinado sujeito. Satisfazendo dessa forma a sua definição e defendendo dessa forma o Schopenhauer de que o mundo não é perfeito porque poderia ser melhor, que também é algo impregnado na mente do sujeito como um conceito próprio.

Neo disse...

Ao menos é claro que sejas tu um empirista, tendo portanto que existir o perfeito para poder se entender algo por perfeito, sendo portanto um argumento válido para provar a existência de um deus, pois na perfeição não caberia melhorias, e como sendo tudo de forma externa ao pensamento, terias que admitir a existência dessa supremacia. hauhauhauhaha

Sandman disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sandman disse...

Das diversas formas que é possível responder isso prefiro responder com um clichê filosófico ~afinal, um clichê não é clichê por acaso~.
Podemos encarar tudo como perfeito, mas com muito cuidado. Sendo pessimista, como Schopinho, quando o mudo muda, se degrada, admite-se a existência do imperfeito. Entretanto, ele é imperfeito somente se analisado como se, depois da mudança, ainda fosse mundo. Porém, quando algo muda, a forma antiga é, instantaneamente, destruída ~lembra dos pré-socráticos explicando porque o ser era imutável?~. Caso a forma antiga seja destruída, outra 'coisa' se criaria, a qual seria perfeita, até mudar novamente, e ser destruída.
A imperfeição acaba sendo um conceito ilusório, existindo somente na teoria, como por exemplo na frase "o mundo é imperfeito". Mas o fato é que se for imperfeito, não é Mundo, e sim a forma indeterminada que ele tomou que, agora, tem outro nome. Mas se você o que você quer dizer com "o mundo não é perfeito" é que o "mundo é ruim", então te perdoo, porque vícios de linguagens não me entorpecem mais.
Por isso explico que a perfeição não pode ser boa, nem ruim. Para algo ser considerado bom ou ruim, mesmo que dependendo do ponto em que for visto, necessita antes de um contrário, e admitindo o que escrevi, o contrário da perfeição NÃO existe.

Neo disse...

Eis o dilema: Admitir a perfeição como ilusória ou a imperfeição como impossível? Sendo a imperfeição inexistente, o que seria possível afirmar da fome em um país, se todo o país onde reina a fome é tão perfeito quanto um de primeiro mundo? A perfeição não seria mais o conceito de não ter o que acrescentar ou retirar. Concordo com a sua negação de uma visão dualista, assim como dita por Nietzsche, porem não me sinto satisfeito por resolver um problema dizendo tudo ser perfeito ou a perfeição não existir. Proponho explicar a perfeição como uma série de comparações feitas com o que se conhece para saber se estão em harmonia ou caos em quantidades corretas, aceitarias, caro Sandman, a considerar a ideia, não necessariamente descartando a sua, mas como um reforço se ela estiver certa? E claro, seguir o perspectivismo não dogmático de Nietzsche?

Sandman disse...

"Proponho explicar a perfeição como uma série de comparações feitas com o que se conhece para saber se estão em harmonia ou caos em quantidades corretas"
Faz muito sentido.

Neo disse...

Vamos analisar mais a fundo e testar a afirmação de todas as formas que pudermos conceber antes de tela como uma comparação ou metáfora digna de nota, pode ser?

Neo disse...

Um ponto a favor, eu acho, seria que uma criança acharia o mundo em si perfeito, pois não passou por muitas experiências em que pudesse comparar, numa vida mais curta, quanto mais próximo de seu princípio, mais perfeito as coisas lhe parecem pela falta de experimentação.
Em contra partida, uma pessoa de longa vida, ao seus últimos dias, terá tido muito mais experiências onde se fará possível mais comparações, já não achando o mundo tão perfeito quanto uma criança. Talvez por isso levaria a fama de ser um velho ranzinza até hauahuahuahuahhuaha, o que acha desse primeiro argumento a uma primeira vista?

Sandman disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sandman disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sandman disse...

Voto em terminarmos a análise em uma conversa particular!

Postar um comentário

 
;